Considerando
que já vimos de outro Percurso PR 1 CBC Pedestre do Alto do Esporão, iniciamos
este trilho já no início da tarde, a pequena aldeia de Moscoso estava cheia de
carros para os únicos restaurantes, o famoso restaurante Nariz do Mundo, não
almoçamos, pois tínhamos outros planos para lá dos pratos da casa, como a
chanfana de cabra bravia e os assados na brasa. Visto que o percurso era curto
e moderado com uma extensão de 5,5Km, quando digo “era” porque houve alterações
na Rota inicial, mas já lá vamos.
Mochilas
carregadas com os bens necessários para o almoço pela floresta, lá arrancamos
pelo caminho de paralelo, nesse momento aparece uma carrinha de venda de pão,
que compramos uns pães para aconchegar com o almoço.
Os fogos não perdoaram em nada, o percurso
neste lado da serra da Cabreira também é negro, lamentamos entre nós, mas não
foi isso que nos desanimou, as paisagens são belíssimas com os seus relevos e
socalcos que o homem tem tentado dominar as serras para agricultura e
pastorícia. Caminhando pelo caminho de grandes pedras que servem de
passagem diária de rebanhos de ovelhas e manadas de bois que ficam ali
dentro daqueles lameiros cercado de muros de pedra graníticas que nos separam da
nossa passagem tranquila, enquanto as cabras vão pastar para as ingremes
encostas para lá do Nariz do Mundo.
Paramos
para almoçar na eira de um antigo palheiro, que está circundante de Lameiros de regadios que faz parte desta
grande paisagem de aldeia de montanha daqui da Serra da Cabreira.
Pousamos as mochilas e toca a tirar os itens para a
refeição que já tinha sido planeada entre nós, feijoada enlatada à massa
noodles de legumes e pão que o Bruno comprou completou o almoço que foi tudo
aquecido no camping gás que levo na mochila, foi uma hora para descansar e
conversar sobre como tinha corrido o trilho da parte da manhã como as aventuras
que nos espera. Refeição já aconchegada, preparo o café e chá para a Carla que
nos faz arrebitar para o trilho que pensamos seguir.
Passado uma hora e meia de pausa para almoço, é de
colocar as mochilas às costas e seguir a rota programada, direcção à aldeia de
Formigueiro pela floresta que mais parece sobras, pois nada ficou verde após os
fogos e este Outono que mais parece verão. Pelo caminho vamos ficando com
enfarruscados na passagem pela vegetação queimada, neste trilho os sinais da
rota foram queimados e apagados pelo fogo e nos colocou em orientação não certa
para a aldeia de Formigueiro que já avistávamos ao fundo, com a orientação do
GPS, traçámos azimute e fomos pelas lameiras até lá chegar, em Formigueiro já
era visível as marcas da rota que seguíamos que vinha pela estrada municipal,
possivelmente devíamos ter que virar e devido ao fogo seguimos em frente.
Abastecemos os cantis de água fresca que corre pela
fonte, observamos o magnífico Vale da Ribeira de Cavez, enquanto a Helena nos
questiona por fazer o novo percurso pedestre (PR5 CBC Trilho do Pisão e do Nariz do Mundo), aqui quase todos
ponderámos não efectuar, por ser tarde e poderíamos fazê-la noutro dia com mais
tempo, pois mais 11,2Km dos 2,5km da rota que estávamos a seguir que se junta
nesta aldeia, visto que a PR 5 temos de passar o vale da Ribeira de Cavez e
subir outra vez a serra da Cabreira para o Nariz do Mundo.
Triste por não concordarmos
segue em marcha mais acelerada e vai indo a frente pelo caminho de pedras já
muito antigo que nos leva aos antigos moinho de rei. “Conjunto de moinhos, construídos no reinado de D. Dinis,
primeiro rei que no nosso país, sobretudo no Entre-Douro-e-Minho, incentivou e
desenvolveu a indústria da moagem. Até aí era quase exclusivamente realizada
pelo esforço do homem ou do animal, esmagando o cereal primeiramente entre duas
pedras e recorrendo depois ao pilão e ao gral.
A invenção dos moinhos de água (azenhas) abriu uma nova era na moagem, actividade antes realizada pelo moinho-a-braços. Estes moinhos comunitários pertenciam ao Rei e declarava-se que metade do seu rendimento seria para a Coroa. Mais tarde passaram a pagar ao Rei apenas um imposto simbólico.
Os moinhos de mós passaram a aparecer nos primeiros anos da Monarquia, sabendo-se que em Julho de 1157, sendo Gualdim Pais “mestre absoluto da Ordem do Templo, houve uma doação régia que a este Mestre e à sua Ordem se fez de oito moinhos na Ribeira de Alviela”.
No Arquivo da Torre do Tombo há muitos documentos sobre moinhos e o Dr. Sousa Viterbo, no Arqueólogo Português de 1896, especifica e refere vários moinhos, suas licenças e regras de funcionamento.
Moinhos de Rei, acolhe um agradável área de lazer com condições para a ocupação salutar dos tempos livres e a fruição de uma paisagem natural de grande beleza que é proporcionada a quem ali se desloca.” (fonte CM CBC).
A invenção dos moinhos de água (azenhas) abriu uma nova era na moagem, actividade antes realizada pelo moinho-a-braços. Estes moinhos comunitários pertenciam ao Rei e declarava-se que metade do seu rendimento seria para a Coroa. Mais tarde passaram a pagar ao Rei apenas um imposto simbólico.
Os moinhos de mós passaram a aparecer nos primeiros anos da Monarquia, sabendo-se que em Julho de 1157, sendo Gualdim Pais “mestre absoluto da Ordem do Templo, houve uma doação régia que a este Mestre e à sua Ordem se fez de oito moinhos na Ribeira de Alviela”.
No Arquivo da Torre do Tombo há muitos documentos sobre moinhos e o Dr. Sousa Viterbo, no Arqueólogo Português de 1896, especifica e refere vários moinhos, suas licenças e regras de funcionamento.
Moinhos de Rei, acolhe um agradável área de lazer com condições para a ocupação salutar dos tempos livres e a fruição de uma paisagem natural de grande beleza que é proporcionada a quem ali se desloca.” (fonte CM CBC).
Aqui os incêndios queimaram
tudo, só ficando as pedras das paredes dos moinhos e os maciços rochedos, que
subimos para ver a panorâmica sobre o Monte Farinha da Srº da Graça, é uma
paisagem de montanhas Marão, Alvão é tudo visto daqui, vamos caminhando pelo
caminho e observando o Vale, e logo ficamos paralisados ao ver o Nariz do Mundo
no outro lado do Vale, é uma bela paisagem verdejante pois os fogos não atacou
aquele lado da serra, Helena comenta apontando para um caminho que sobe a serra
para, mais uma vez comentámos que não favorável fazer esse trilho pois não é
cedo, é um terreno de montanha a progressão é lenta e puxada, comento com ela,
pois parece que intende e seguimos a marcha, mas ela com o seu passo segue à
frente enquanto fotografamos todas aquelas paisagem para imortalizar aqueles
momentos únicos, sempre a descer, o nosso olhar presos nas escarpas do Nariz do
Mundo, até parece outro lugar, bruno representa-o e bem que parece o Alasca
pela as gigantes árvores que tentam alcançar o pouco sol que recebem.
- ALTO! (berro)
A
Rota que devíamos seguir tem mudança de direcção a meio da serra, e nós já
estamos no fundo do vale junto ao poço da Ribeira de Cavez. Sentados nos
rochedos a descansar, entre nós conversamos que rota a seguir. Concordamos
percorrer a (PR5 CBC Trilho do Pisão e do Nariz do Mundo), programo o GPS para
ver quanto tempo temos de sol, planear a chegada á aldeia de Moscoso.
Bem
vai ser uma boa subida da cota dos 598m para os 923m de altura, pela encosta da
serra, esta mais verde do que o outro lado do vale, seguimos o trilho bem
sinalizado da PR, a paisagem do vale é linda, ao fundo o Monte Farinha de
Mondim de Bastos, mais para o horizonte a tocar nos céus as serras do Marão.
Percorridos
1km a subir chega-mos a uma fonte de água, abastecemos os cantis já iam a meio,
todos prontos posemos em marcha, agora o trilho é pelo estradão de terra e
pedra solta recentemente feito para este percurso, temos que caminhar mais 3km
até chegar ao ponto mais alto da serra, a inclinação do trilho faz que a
progressão seja mais lenta. Passada mais ou menos 1:15H, chegamos ao Parque
Aventura que está na cota dos 923m, aqui reforçamos com um lanche de leve e
esticamos as pernas, daqui já vemos a (NO) aldeia de Moscoso que é o nosso
destino, mas está no outro lado do vale, mas a (O) está o ponto mais alto da
nossa caminhada, Nariz do Mundo. Fomos até lá no final do reforço, é um ponto
ida e volta deste percurso que andamos perto de 260m de ida, vale apena ir pois
é uns maciços graníticos que foram formados a mais de 280 milhões de anos pela
colisão dos continentes.
Tiradas
as fotos das paisagens já com o sol escondido pela serra, no horizonte já se
nota o alaranjado do por do sol, é hora de nos por andar. Seguindo o trilho
agora a descer pela rocha e pelos trilhos feitos pelas cabras que os pastores
levam a pastar, de passagem acelerada pois não nos resta muito tempo de sol,
passamos por gigantes árvores de Carvalho, poucas se vê nesta dimensão devido
aos incêndios e ao abate… Sente-se o macio do musgo e a energia, duas pessoas
não conseguem abraça-la.
Seguimos
o trilho e mais a frente avistamos umas centenas de cabras a subir a encosta
com os cães de guarda e o pastor que as acompanhava, ao fundo a ponte de
passagem já para aldeia de Moscoso, em pouco tempo alcançamos o rebanho e os
respeitáveis cães que as guardam, vem logo nos inspeccionar, com ar agressivo e
ladrar ficamos indiferentes aos latidos e poucos minutos voltam para os seu
lugares e continuam a subir pela encosta, enquanto nós desviamos para ver outro
ponto interessante da PR5, o Poço das Relvas, o pequeno lago que era bom se o
tempo convidasse, pois já estava quase no crepúsculo e as temperaturas
bastantes mais frias. Voltamos ao trilho, temos que percorrer pouco menos de
que 1km para chegar ao final, mas era a subir pelas lameiras típicas da aldeia,
estava um belo cenário o alaranjado do céu, o verde dos campos e um espigueiro
a sobressair daquela tela que a natureza pinta. Chegamos á aldeia de Moscoso, cansados
da dose extra da caminhada que surpreendeu-nos pela positiva, obrigada Helena
pela persistência que nos levou por estes lugares.
Moscoso 05 de Outubro
de 2016
Muito obrigada Companheiros,
Fábio Pinto; Carla; Bruno Silva; Helena Rangel e Marcos.
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