Este trilho não é sinalizado,
considero-o um grau de dificuldade moderada. O trilho “Parque
Natural do Alvão - Aldeia Quintelas ao Planalto do Vaqueiro em circular” tem
passagem pelas cinco aldeias serranas mais a (Sul) do P.N. do Alvão. O percurso
é realizado por caminhos rurais empedrados, estrada alcatroada, Estradões florestais,
carreiros dos pastores e por caminhos de pé posto.
O trilho tem início na aldeia rural
de Quintelas, aqui preparamos o percurso e os acertos de pontos de interesse da
rota. O tempo está cinzento e promete aguaceiros, típico desta linda estação de
Outono mas estamos preparados para esses aguaceiros, pé a caminho, direcção a
(Este) pelo caminho empedrado de pedras grandes, já roçadas pelas antigas
carroças de bois que desciam e subiam dos campos da agricultura local, hoje
está quase tudo abandonado, as tradicionais habitações o que registe é o “esqueleto
de granito” de resto o tempo consumiu. Descemos o vale até passagem pela ponte
sobre a Ribeira de Arnal, o caudal vai calmo por agora, seguimos o caminho por
mais uns 220 metros, aí viramos à nossa esquerda e começamos a subida pela
encosta bem acentuada dos 500m para os 600m de altura, por um trilho de
pastores que vai até a próxima aldeia de Agarez, este troço é realizado por um
denso pinhal que felizmente não ardeu nestes últimos anos, está escorregadio e o
húmido do musgo das pedras dificulta a aderência das botas sobre elas, esta
subida deu para aquecer o corpo. Chegamos à estrada, andamos uns 70 metros e
viramos à direita por um caminho de terra até chegar à aldeia, aqui, por caminho
em paralelo até chegar estrada à estrada que percorremos uns 680m e entramos à
esquerda por outro trilho de pastores que há muito não devem lá passar, pois as
giestas e os fetos estão bem altas, dão-nos um banho de gotas das recentes
chuvas pela nossa passagem. Aconselho a entrar mais acima pela PR “Percurso
pedestre Agarez - Arnal – Agarez”, pois aqui o trilho é por caminho
de pedra que vai até aos antigos moinhos de Galegos da Serra.
Neste local devíamos avistar o Vale
profundo da Ribeira de Arnal, pois a densa neblina esconde o vale, só avistamos
por vezes o Cimo da Costa da Serra. Ao chegarmos à ponte de Galegos da Serra
que atravessa a Ribeira de Arnal, deixamos a PR que seguíamos, e seguimos a
margem esquerda da Ribeira de Arnal até à cascata, parámos e toca a fotografar
a cascata para seguirmos o trilho que aqui conta já com 4km, continuamos em
ascensão até aos 1295m altura. Ao deixar a cascata segue pela estrada uns 300m,
e viramos à esquerda por acesso aos campos agrícolas, travessamos a Ribeira de
Arnal ao saltar sobre as pedras, continuamos a seguir o caminho em direcção à
Serra por trilhos dos pastores, por meio das grandes rochas de graníticas contorna-mos
as grandes e subimos as pequenas a pé posto até chegar ao Refúgio Grupo Montanhismo
de Vila Real.
No refúgio paramos para descansar e
reforçar o estômago, e contemplar a paisagem de Montanha deste Alvão, repostas
as energias, Retornamos à caminhada em si, em direcção à Aldeia de Arnal
que se encontra a poucos metros, estes feitos pela estrada. A capela de Arnal e
um espigueiro ficam logo à entrada, atravessamos a aldeia. O dia está outonal
as pessoas estão dentro das suas casas, pois cheira a fumo das lareiras que
aconchegam o lar. As casas rurais da serra, são em pedra de granito e lousa no
telhado com bastante inclinação, que as varandas estão metidas dentro e baixas
devido aos rigorosos invernos que se faz sentir nesta serra do Alvão. No largo da
fonte de água está o Núcleo Rural de Arnal, que abastecemos o cantil, pouco se
enche as reservas ainda estão cheias, o tempo fresco com períodos de chuvas faz
que não se tenha tanta sensação de sede. Seguimos a caminhada pelo trilho de pé
posto pelas rochas estranhas formas esféricas junto á Ribeira de Arnal, designado
por “
(Caos granítico) Na zona de Agarez-Arnal o granito é biotítico,
pós-tectónico. Ali observa-se o chamado "granito em bolas", um
granito de formas grosseiras que dá origem a uma paisagem agreste e caótica
(caos granítico). Sob o aspeto morfológico existem contrastes de relevo
acentuado, em contraponto com zonas aplanadas (zona da barragem cimeira). Do
relevo existente convém assinalar o imponente morro que domina a aldeia de
Arnal (catedral granítica).” Fonte: ICNF.
Cada vez que caminhávamos, mais
alto estávamos, a paisagem torna-se cada vez mais impressionante, afagantes da
subida pela rochas e trilhos de cascalho solto, fica penoso a cada passada,
vamos parando para olhar para trás e para o fundo do Vale, a pequena aldeia de Arnal
e seus campos de cultivo. A caminhada na montanha suaviza um pouco num
curto planalto, bom para relaxar as pernas, foi 2km a subir desde da aldeia que
esta a cerca de 900m de altura, para os 1180m deste planalto. Daqui temos uma
visão brutal para a cidade de Vila Real a (SE), Barragem da Cimeira a (E), Escola
Ecológica do Arnal a (O), O Magnifico Planalto do Vaqueiro a (N), este está com
as cores de Outono, amarelos, castanhos, vermelhados e para finalizar o
panorama, o céu está cinza com as suas nuvens negras. Os pequenos Vales com nevoeiro
que nos esconde enquanto caminhamos pelo planalto por vezes é tão denso que ao
respirar sentimos-lhe o cheiro, aqui o trilho é feito até ao cume do planalto
do Vaqueiro em azimute, pois não existe um caminho no terreno, é tudo de
estojos baixos que percorremos, é um pouco desconfortável para quem não venha
preparado para este tipo de terreno, os calções não são aconselháveis, as
nossas calças pingam sobre as botas do orvalho e das chuvas acumuladas nas suas
folhas.
Parámos para almoçar junto a um
pinhal, pois são bem horas de comer uma boa refeição quente, pousamos as
mochilas, abro a minha mochila tiro o campingaz e o kit de refeição e panela ao
lume para cozer a massa vegetais. Ao fim do almoço nada como um café para arrebitar
para a 2ª parte do trilho, pois estamos exactamente a meio do percurso total, o
frio começa a fazer sentir e rapidamente zarpamos em direcção ao Parque Eólico,
durante a caminhada a chuva veio com força e toca a colocar a protecção para
chuva. O tempo já prometia esta molha, o nevoeiro intensificou-se, caminhamos acelerados
pois aqui o caminho é em terra batida e compensamos bem o tempo que demoramos
na subida, sempre por caminhos bastante progressivos chegamos a uma cancela de
madeira, trespassamos e descemos até um antigo caminho que nos liga até à
aldeia de Galegos da Serra, a chuva pouco abrandou e o caminho é de pedras com
bastante musgo que escorregamos várias vezes o que nos apoia é o bastão, é uma
boa terceira perna, percorridos uns 800 metros paramos junto ao ribeiro e
preparamos um café para aquecer e nos alimentar com umas barras energéticas.
O Caminho até à aldeia de Galegos
da Serra, foi simplesmente debaixo de chuva, as paisagens escondidas no
nevoeiro, pouco ou nada se vê após uns metros à frente de nós, desta aldeia até
a próxima aldeia de Sirarelhos é feito por estrada que nos ajudou bastante
devido á chuvas, passamos esta aldeia rapidamente não temos nada a ver se não a
chuva. daqui até ao nosso ponto inicial é uns 800 metros em azimute, mas
tornou-se um pouco duradouro estes últimos metros o caminho é terra e cascalho
que atrasa-nos um pouco, mas lá conseguimos chegar à aldeia de Quintelas. Aqui
o nosso carro nos espera para nos levar até casa.
Fica para uma próxima bem mais agradável pelas cores da Primavera.
Fica para uma próxima bem mais agradável pelas cores da Primavera.
PN Alvão - Quintelas 16 de Outubro
de 2016
Muito obrigada companheiro,
Sem comentários:
Enviar um comentário