Desta vez
partimos para aldeia de Túmio em Paredes de Coura para realizar uns dos mais belos
trilhos pela paisagem
protegida do Corno de Bico. Estas épocas outonais com as cores são
simplesmente mágicas, transformaram as florestas de tons quentes que alcatifam
o chão de estaladiças folhas.
Reunimos com o pessoal no centro da
aldeia para iniciarmos este percurso que planejamos anteriormente juntar as
duas Pequenas Rotas certificadas pelo ICNF (PR1 e PR2).
Considero este trilho de dificuldade moderada, não tem grandes subidas nem
descidas ingremes e é realizado a maior parte por estradões florestais. O dia
está mais do que bom! Sol quente, ausência de vento que na montanha O fenómeno
da viração (diferença de pressão entre o litoral e os terrenos a
cima da serra, que faz com que uma grande quantidade de nuvens suba em direção
ao cume)
que é natural acontecer nesta altura do ano. Com um grupo que adoro caminhar,
aventurar com vocês e mais um casal amigo do Miguel Moreira o “Lobo/Alfa” (nome
de aventuras) que também tem este gosto de trilhar pela Natureza (blog caminhadas de Portugal).
Saímos da aldeia de Túmio que vai
ser o nosso ponto de partida e de chegada, esta caminhada vai circundar a
montanha pela paisagem protegida do Corno de Bico que abundam carvalhos,
castanheiros e faias, voltamos aqui após termos caminhado por umas agradáveis
06H24m. Seguimos em direcção “S” pela estrada de asfaltado uns 200m e viramos à
direita, aí por caminho em terra de acesso aos campos agrícolas, este percurso
vai ser a subir por relevo não é muito acentuado mas que se estende por 4,5Km dos 600 metros de
altura até aos 883m na Torre de vigia do Corno de Bico.
Enquanto progredimos na subida a “O”
vamos ter uma vistas panorâmicas sobre as aldeias abaixo e das Montanhas no
horizonte, à nossa esquerda começa a densa floresta de espécies caducifólias
que se vão despindo, durante estes 4km chegamos ao parque de merendas e ao
miradouro do Corno de Bico o castanho das folhas cobrem as mesas e os bancos
enquanto aproxima-mos do miradouro, aqui a imagem ao contrário do que acontece
na grande maioria dos cumes em Portugal neste cume não se têm um panorama amplo
da paisagem envolvente, isto acontece porque o relevo não é muito acentuado na
zona do cume, mas principalmente porque toda a zona do cume está ocupada por
árvores grandes que impedem a visão.
Vista e fotografada seguimos poucos
metros para a antiga torre de vigia do Guarda Florestal, que infelizmente a
falta de recursos e novas tecnologias forçaram a sua extinção. No alto da torre
vemos as florestas em redor e podemos ver a norte o Cotão, a
nordeste Alagoa de
Cima, continuando a girar no sentido dos ponteiros do relógio vemos o grande
maciço da serra do Soajo com a Peneda e a Pedrada, mais
abaixo o Gião e o
vale do Lima. Para sudeste deparamo-nos com as serras Amarela, do Gerês e
da Cabreira. Finalmente em direção a oeste podemos ver a serra de Arga e
ao longe o mar.
Deste ponto o percurso será a
descer em relevo não acentuado, caminhamos por mais 2km, são 12h30m e temos de efectuar a paragem para o almoço que já bem necessitamos de reforçar o estômago. Durante
o caminho para o nosso ponto de almoço, avistamos os cavalos Garranos e Gado
Barrosão que se escondem pela floresta dentro, que estranhamente estão mais
agitados e agressivos, mas há uma possível resposta aplausível, é época de caça
que infelizmente é permitida nestas áreas protegidas e os disparos das
caçadeiras ecoou-a no ar e os animais ficam com receio e excitados à nossa
presença.
Pousamos as mochilas e cada um
prepara as refeições que trás, neste meu caso noodles Knorr de vegetais que
preparo no local com o queimador a gás. Conversamos sobre o mirífica floresta,
pois não dá para parar de falar sobre ela, de repente parámos bruscamente a
conversa por um relinchar de um Cavalo Garrano que está a poucos metros do
nosso grupo, nunca tinha ouvido este relinchar nesta meio, um tratador de
cavalos explicou-me esta é a vocalização mais forte que os cavalos fazem. Isto
porque serve para os animais revelarem a sua localização e perguntarem a
localização de outros. Se estiverem outros cavalos nas imediações, é provável
que relinchem também. Por esta razão, os cavalos procuram projectar o relincho
o mais possível. Estendem o pescoço, levantam a cabeça e abrem a boca. É comum
ouvir os relinchos de um potro quando está separado da progenitora, é a forma
do jovem cavalo procurar por ela. Os cavalos também relincham quando estão
sozinhos, em resposta a outros cavalos ou quando estão em locais desconhecidos.
Após deste evento, saiu como chegou, a galopar para o meio da floresta, ali
permanecemos até finalizarmos o almoço, que acabamos com um café quentinho.
Abandonamos o local, para que seja
outra vez dominado pelo quem de direito selvagem o merecer, pois no lado
selvagem nada é para ser fixo, pois aqui é território do Lobo Ibérico que intencionalmente
move estes animais que são as suas presas. Seguimos o estradão para irmos mais
a “S” da paisagem protegida, para voltar ao ponto que desviamos para almoço, e
percorrer o estradão até á casa do Guarda Florestal que também abandonada mas
em bom estado de conservação, mais à frente entramos pela floresta mais densa
que parece um outro mundo de musgo verde, o amarelo de folhas e vermelho e
castanho de outras e os cogumelos a fechar o encanto, o belíssimo lugar que
transmite paz ao ouvir a água a correr pelas rochas não damos conta dos minutos
que ali passamos, um verdadeiro túnel do tempo.Dali somos forçados a sair pois o
tempo não parou e até pelo contrário, continuamos o nosso trilho que estamos a
chegar à cota da aldeia que já vamos junto aos campos e onde vemos as pessoas a
pastar o gado que mantém esta cultura, e em poucos, menos de 1km chegamos ao
ponto inicial.
Agradeço
a companhia deste trilho que com vocês foi mais divertido e comunicativo do
mesmo gosto pela natureza.
Álvaro
Rego Pinto.
Túmio Paisagem
Protegida do Corno de Bico) 30 de Outubro de 2016
Informação do Trilho:
Não Sinalizado
Dificuldade: Moderado
Equipamento GPS :
Garmin eTrex20
Companheiros: Álvaro
Rego Pinto / Miguel Moreira / Ana C. Sousa / Adriano Sousa / João Sousa / Patrícia
Rodrigues/ Domingos Araújo/ Patrícia Malva Costa / Maurício Lopes.
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